sábado, 29 de novembro de 2014

Ele se foi “sem querer querendo”

Por Fernanda Melo
“Foi sem querer querendo”. Sim, foi assim que ele se foi. Aos 85 anos, o criador dos personagens Chaves e Chapolin, Roberto Gómez Bolaños, agora, descansa em paz.

Obrigada por ter feito parte da nossa infância, adolescência e, por que não dizer, da nossa fase adulta. Através dos seus personagens, confirmamos que não é preciso pornografia, violência, palavras de duplo sentido para fazer uma pessoa sorrir. Apesar de ter sido criado e produzido no México, você se tornou patrimônio brasileiro. Você fez parte da história da nossa televisão. Durante anos, você entrou em nossas casas com seu jeito engraçado, simples e inocente.

Víamos em você um pouco das nossas crianças brasileiras. Talvez porque muitas delas pareciam muito com o seu principal e mais famoso personagem, o Chaves. Um garoto pobre, que vivia dentro de um barril e queria uma só coisa: Um sanduíche de presunto. Você nos encantou com suas atrapalhadas e histórias simples, vividas boa parte em uma vila. Foi bom ter presenciado as peripécias dos seus personagens.

"Ninguém tem paciência comigo”, “Tá bom, mas não se irrite" e "Não contavam com minha astúcia!" são algumas frases que até hoje permanecem no nosso vocabulário.

E, para finalizar, quem sabe agora, finalmente, você pôde dizer: “Prefiro morrer do que perder a vida”

Descanse em paz!

sábado, 25 de outubro de 2014

SEGUNDO TURNO ELEIÇÕES 2014: E aí, você vai deixar se influenciar?

Por Fernanda Melo


Nos últimos dias, choveram, nas redes sociais, fotos e vídeos de artistas e atletas apoiando os candidatos à presidência da República, Dilma e Aécio.

Aí, eu te pergunto: "O que Neymar, Chico Buarque, Caetano Veloso, Wanessa Camargo, Alcione, entre outros artistas, tem a ver com a sua escolha?" Moram em mansões cercadas por seguranças, não precisam utilizar os serviços públicos essenciais, como o transporte público e o SUS, por exemplo. Vivem boa parte do seu tempo fora do país. Dinheiro para eles não é problema, muito menos sabem como anda a nossa economia. Nem sequer têm conhecimento do valor do salário mínimo. Não abastecem o próprio veículo, desconhecem o preço do combustível (um dos maiores do mundo). Sobem e descem em seus jatinhos, sem ao menos enfrentar a nossa luta diária nesse tão caótico trânsito.

Tem até celebridades do outro lado do mundo, que vivem nos “states”, apoiando candidato A ou B. Sobre esses, prefiro nem comentar.

E agora, você vai deixar se influenciar por algum deles? Fuja das emoções. O artista e o atleta podem ser bons no que fazem, mas não precisam dos mesmos benefícios que você. A educação, a segurança, o transporte, a moradia de cada um deles já estão garantidas. E a sua? Você já conquistou tudo o que precisa?

Neste segundo turno, ouça, pense e reflita. Prefira ouvir os sábios, seu pastor, seus pais, a sua professora. Não que eles estejam 100% certos, mas, com certeza, são eles que vivem as mesmas labutas diárias que você.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Eleições 2014: Seja um cristão responsável, não alienado

Por Fernanda Melo

A poucas horas das eleições, fico aqui pensando com os meus botões qual o motivo de algumas pessoas se declararem avessas à política. Pergunto-me se nunca refletiram ou sequer passou por suas cabeças que a política está inserida em tudo. Se você tem um filho na escola, isso é política. Se você vai a um posto médico, isso é política. O ônibus que você pega todos os dias para ir ao trabalho tem a ver com as ações políticas. O trânsito que você enfrenta diariamente também tem a ver com a política. A falta de segurança que nos cerca, é claro, tem tudo a ver com a política. Por que estou sendo tão prolixa? Todos os nossos passos estão direta ou indiretamente ligados a ela. Aí, você me pergunta onde eu quero chegar. Respondo-lhe. Para começar, gostaria de definir etimologicamente a palavra “política”: Segundo Houaiss, política provém do grego. politikê (sc. tékhné), significando ciência dos negócios do Estado; a administração pública. Na ciência política, trata-se da forma de atuação de um governo em relação a determinados temas sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política de segurança, política salarial, política habitacional, política ambiental, etc. Então, querido, só há duas escolhas: Ou você se rende a estudar e discutir a política, ou você se muda para Nárnia.

Não sou uma pessoa que “mata e morre” por um determinado partido político. Mas não sou ignorante a ponto de me afastar dos assuntos que me dizem respeito. Se eu votar errado, vou sofrer consequências por, pelo menos, quatro anos. Ou, pior, pelo resto da minha vida. Sabe como? Se eu votar em um candidato que vá contra os princípios bíblicos, contra a família, vou sofrer diretamente por causa do meu erro. Quer ver? Se a maioria dos deputados votar a favor da legalização do aborto, por exemplo, vidas serão ceifadas antes mesmo de vir ao mundo. Mas não é isso o que a minha bíblia ensina. A sua também? Candidatos loucos lutam a favor da legalização da maconha. Lutamos tanto para diminuir o consumo de cigarros no Brasil, proibindo a sua publicidade, para agora ver tudo isso retroceder e piorar com a legalização desta erva, porta de entrada para as demais drogas. Mas o mais grave não fica por aí. Leis mais cabeludas, como cartilhas que ensinam os nossos filhos a serem homossexuais, como o kit gay, a se masturbar, por exemplo, deixaram de ser aprovadas graças a pessoas sérias que lutam a favor da moral da família. Cristãos íntegros e corajosos. Assista todo o vídeo no final deste texto.

Muitos oportunistas têm tentado, de todas as maneiras, infiltrar na mente de nós cristãos que não devemos nos importar com a política. Puro engano. Não estou falando que devemos ser fanáticos por esse ou aquele partido político. Mas, ficarmos apáticos aos assuntos que nos afetam é o que muitos desejam. Afinal, “crente” quieto não dá trabalho.

Saindo da esfera bíblica, cito outros assuntos também do nosso interesse, como escola, saúde, transporte público, segurança e educação. A lista é grande...

Então, quer um conselho? Aproveite essas poucas horas que antecedem a votação do primeiro turno para pesquisar e refletir. Isso mesmo, se você ainda não teve tempo de pesquisar para decidir em quem você deve votar, tire umas horinhas neste fim de noite de sexta-feira ou o dia inteiro no sábado para pensar. Deixe a praia e a novela pra lá. Por um instante, pare para pensar nas consequências que virão caso você vote errado. E lembre-se: NÃO SEJA UM ALIENADO! NÓS, CRISTÃOS, TEMOS DIREITOS E DEVERES. EXERÇA O SEU NESTE DOMINGO, DIA 5 DE OUTUBRO. ORE ANTES DE ESCOLHER O SEU REPRESENTANTE. “Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme.” (Provérbios 29:2)

Copie o link abaixo e assista todo o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=RWPZCyQxzXw


domingo, 31 de agosto de 2014

Como é bom viver e ouvir os poetas

A vida, realmente, nos surpreende. Estamos aqui hoje, mas ninguém garante que estaremos amanhã. Como é bom vivermos de uma maneira lúcida, saudável e completa.

Digo isto, porque, na noite deste sábado, dia 30 de agosto, soube que o poeta e escritor Ezequiel Marinho, mais conhecido como Quiel Guarânea – O Tradutor do Amor, havia falecido. Segundo informações, ele teria passado mal em sua residência, na noite anterior, foi socorrido para o hospital, mas já chegou sem vida.

Confesso que não acreditei, tive que checar e custei a acreditar que era verdade, afinal, cinco dias antes eu o tinha entrevistado. Ele, muito alegre e entusiasmado, havia visitado a redação do site onde eu trabalho, para nos conceder uma entrevista. Na ocasião, Quiel falou sobre o lançamento do seu livro “Minha História no Tempo e o Pingo no i”. Apesar de já ter participado de outros quatro livros, este era o seu primeiro trabalho individual. Por isso, tanto apego e dedicação à obra.

Dormi neste sábado pensando e relembrando os 30 minutos da entrevista. Sentado na minha frente, seus olhos brilhavam quando falava do livro. Parecia um pai falando do seu primeiro filho que estava por nascer. Sua expressão era tamanha, sua alegria e ânimo eram surpreendentes. Raramente vi tão grande amor por uma obra como o que ele expressava naquele momento. Após saber da sua morte, outra coisa me veio à cabeça, faltava, exatamente, uma semana para ele concretizar o sonho, ou seja, para ver o seu “primeiro filho” nascer. O lançamento do livro aconteceria no próximo dia 5 de setembro, no Teatro Municipal Alberto Martins. Que pena, não deu tempo.

Deixo aqui as minhas condolências à família e aos amigos de Quiel, privilegiados que puderam conviver diariamente com ele, que puderam ouvir seus poemas e tiveram a oportunidade de ver o brilho em seus olhos todas as vezes que ele criava novas palavras (esta parte só saberão aqueles que tiverem a oportunidade de ler o seu livro).

Segue link da matéria publicada um dia antes da sua morte: http://www.nossametropole.com.br/poeta-de-camacari-lanca-livro-durante-show-cultural-beneficente/#.VAMkw8VdVe4

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como é bom conversar com os mestres

Por Fernanda Melo



Na última sexta-feira, dia 8, participei de um talk show, onde estiveram presentes dois grandes nomes da língua portuguesa, os professores Pasquale Cipro Neto e Jorge Portugal. Na ocasião, foram abertas oportunidades para que a plateia fizesse perguntas aos ilustríssimos mestres.

E eu não poderia ficar de fora, é claro. Iniciei perguntando sobre as grandes perdas que o Brasil teve recentemente, como João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna e Rubem Alves. O que significou para o Brasil a morte desses grandes nomes da nossa literatura? Mas, para apimentar o discurso, citei o “ganho” que o país teve de uma grande pensadora contemporânea, a Walesca Popozuda _ relembrando aquele episódio onde um professor de filosofia inseriu em sua prova um trecho da música da funkeira. Então, educadíssimo e sereno, Pasquale me responde: “Não sei se posso te responder, pois nessa questão, sou um extraterrestre. Nunca a vi, não faz parte do meu mundo. Nessa prova, com certeza eu tiraria zero porque eu desconheço essas porcarias de repertório medíocre”. Ele ainda acrescentou: “Parece que o Brasil adora se afundar na mediocridade. É um país muito pobre. Quando vejo essas coisas, eu tenho alergia, passo mal, tenho faniquito”.

Ainda respondendo à minha pergunta sobre a perda dos grandes ícones da literatura brasileira, ele não economizou elogios. Sobre Suassuna, disse que ele “transcendia os textos que escreveu, era polêmico, inteligente e tinha caráter”. Sobre Ubaldo, disse que “tivemos uma grande perda, além de literária, humana”. E sobre Rubem Alves, “ele era uma figura humana sempre preocupada com a população”.

Bom. Regozijo-me sempre quando ouço esses grandes mestres. Figuras que acrescentam e muito no nosso aprendizado. Que bom que um dia tive oportunidade de entrevistá-los_ antes do talk show, gravamos uma entrevista em vídeo com Pasquale e Portugal. Um dia poderia dizer aos meus filhos que já entrevistei um dos maiores ícones da língua portuguesa do nosso país, o professor Pasquale Cipro Neto, conhecido pelo programa “Nossa Língua Portuguesa” da TV Cultura e colunista do Jornal Folha de São Paulo.


Fernanda Melo é jornalista

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Os brasileiros são impacientes? Temos esperado por tanto tempo. Um dia a nossa paciência acaba mesmo!

Por Fernanda Melo


Li a postagem acima de uma "jornalista honesta" comentando a Copa do Mundo no Brasil. Segundo ela, nós brasileiros somos muito exigentes e, ao invés de reclamarmos da copa, deveríamos celebrá-la. Não resisti e, como a internet é um espaço livre para emitirmos a nossa opinião, é claro, sem que ofendamos a outrem, resolvi replicar o seu comentário.

Segue:

Querida jornalista, duvido que nesses países que você acabou de citar o povo viva na miséria, os políticos sejam tão corruptos e que tenha sido desviado tanto dinheiro para a copa – foram bilhões. Colega, não tente mudar o foco da situação. Vivemos num país onde os jogadores de futebol são ídolos, onde narradores esportivos ganham milhões para puxar saco de determinados jogadores.

Provavelmente, você está muito bem financeiramente, talvez viva em um condomínio de classe média, não deva utilizar o SUS, muito menos o transporte público. É claro que o nosso país não é um dos piores do mundo, mas está longe de ser um dos melhores.

E, para finalizar, você diz que a população brasileira não tem paciência, que é dura consigo mesma e que exige perfeição. Só para lembrar: Somos um dos países que mais arrecada impostos no mundo, mas, infelizmente, não vemos esses recursos sendo destinados para áreas de prioridade, como educação, saúde e segurança. Temos sim o direito de celebrar a Copa, mas também temos o direito de reclamar, sim. Afinal, esta é uma das poucas oportunidades que teremos de mostrar ao mundo o quanto o nosso país anda errando, e errando feio. E, como diria o nosso saudoso Machado de Assis: "A vaidade é um princípio de corrupção". E pra quê tanta vaidade, se a corrupção bate à porta???

terça-feira, 27 de maio de 2014

8 ERROS MORTAIS QUE VOCÊ DEVE EVITAR AO TRABALHAR UM RELEASE

Por Rubem Moraes
(Rubem Moraes é Diretor de marketing do Divulgador de Notícias (DINO) e colaborou com esse post para o Comunique-se).


Um release é uma apresentação de uma empresa, produto ou evento. E para cumprir esse objetivo, ele deve ser completo, ou seja, deve conter todas as informações essenciais, ser objetivo, sem redundâncias no texto e com um título que resuma tudo em no máximo duas linhas. Afinal, se não for bom, o título pode ser a primeira e a última linha que alguém irá ler.

O DINO preparou uma lista de erros graves na hora de escrever um release, justamente para você saber o que não fazer na hora de escrever o seu. Vamos a eles:

ERRO 1
Falta de informação

Se alguém ligar para lhe pedir alguma informação sobre seu release, você o escreveu errado. Um release deve ser completo e conter todas as informações sobre o assunto tratado. Para lhe ajudar a contemplar tudo em seu release, faça um check-list antes de escrevê-lo. Enumere tudo que é importante contar e depois do release pronto confira se faltou alguma informação.

Outra técnica muito usada na redação jornalística e que pode ajudá-lo é responder às 5 perguntas: “Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?”. Se o seu release responder claramente a todas estas perguntas ele está completo e objetivo. Então, antes de começar a escrever responda cada uma delas; ficará mais fácil escrever um ótimo release.


ERRO 2
Título vazio

A função de um título é resumir em uma linha tudo que contém em seu release. Você deve responder em até duas linhas as 5 perguntas jornalísticas mostradas acima. Quanto mais informação você conseguir colocar no título, mais assertiva é sua comunicação. Afinal, o leitor não precisará ler tudo para saber do que o texto se trata.


ERRO 3
Enrolação

Um pecado gravíssimo na hora de escrever um release é a falta de objetividade. Use sempre sentenças curtas e nada de repetir raciocínios com outras palavras. Você deve partir do pressuposto que a pessoa que lerá seu release não tem tempo para gastar com textos longos e desnecessários. Quanto mais objetivo você for, mais chances tem de lerem seu texto. Então, quando seu release estiver pronto, leia-o de novo e corte palavras. Com certeza há algumas que não precisam estar ali.


ERRO 4
Não tem contato

Um release deve sempre conter as informações de contato da parte que o escreveu. Pode ser que não precisem falar com você, mas se alguém precisar, como entrará em contato? Sempre coloque em seus releases o e-mail, o telefone, o nome e o endereço da empresa, caso necessário. Esse tipo de informação é essencial.


ERRO 5
Sem imagens

Para enriquecer seu release coloque fotos junto da informação. Se não houver imagens não tem problema, mas lembre-se que elas aumentam as chances do seu release ser bem compreendido. Então, sempre que puder, anexe fotos, os jornalistas adoram, pois isto evita perda de tempo. E se você estiver falando sobre algum produto, vale a pena encaminhar seu release com uma amostra do que você está falando. O documento ficará mais completo.


ERRO 6
Falar diretamente ao leitor

“Caro, jornalista”, “conto com sua participação”. Caso o jornalista tenha recebido seu release, sabe que a ele foi endereçado por se tratar de um release, sem a necessidade de pedidos, conversas ou falas aleatórias. O release deve ter foco na comunicação e informação, com linguagem clara, direta e dados suficientes para que o jornalista entenda sobre quem é, o que se passa, quando acontecerá, onde e porque será realizado.


ERRO 7
Conteúdo publicitário
As pessoas que receberão seu comunicado estão esperando conteúdo relevante que possam passar a diante e informar outras pessoas. Publicidade é a última coisa que eles desejam em suas caixas de e-mail. Não destrua seu relacionamento com o jornalista, suas mensagens futuras podem ir direto para a lixeira ou caixa de spam e a chance de conseguir emplacar suas pautas literalmente para o lixo.


ERRO 8
Metralhadora de e-mails
Certo, concordamos que enviar e-mails é simples, rápido e pode gerar resultado, mas não seja um disparador compulsivo, enchendo as caixas de jornalistas e virando um “spammer”. Procure conhecer o básico sobre os jornalistas para os quais costuma enviar seus e-mails, assim chegará cada vez mais perto de conseguir publicações, atendendo às necessidades dele e evitando enviar conteúdo que pode não ser de seu interesse. Todo conteúdo é importante a um determinado grupo de pessoas, saber onde estão e quem são os interessados pelo seu material é fundamental.


Agora que você conhece os principais erros cometidos ao se produzir um release, fuja deles e produza um material de qualidade. Para saber mais sobre a ferramenta de distribuição de releases DINO, acesse, www.dino.com.br. Pra você, faltou algum erro? Compartilhe sua opinião com a gente!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vamos prosseguir...

(Por Fernanda Melo)


Segundo alguns veículos de comunicação do Brasil, 50 cidades do país estarão em protesto, nesta quinta-feira. São sindicatos, associações, moradores que se unem em prol do seu objetivo, dos seus interesses. Uns reivindicam reajuste de salário, outros moradia, e muitos deles protestam contra a Copa do Mundo. O discurso é o mesmo: o Governo gastando em área que para nós de nada será proveitoso. Isso não é uma novidade. Acho que o protesto deveria ter surgido bem antes. No momento em que fomos escolhidos para sediar a Copa. Só assim não começaríamos a gastar o dinheiro público com os estádios. Mas agora já é muito tarde. E, como dizem os mais velhos: "de nada adianta chorar pelo leite derramado".

Alguns manifestantes possuem razões, outros, nem tanto. Param vias de grande circulação, quebram e saqueiam estabelecimentos, aproveitam o momento para badernar. Já outros, sabendo da importância do seu protesto, fazem uma paralisação bonita e legal.

Que tal aproveitarmos este momento, em que todos estão com os olhos voltados para a Copa, para falar do que realmente precisamos? São tantas coisas, tantas deficiências que temos em nosso país, que a lista é grande e talvez nem dê para dizer tudo. Mas começar e prosseguir com decência já estariam de bom tamanho.

Prosseguir e não desistir nunca. Esse é o lema!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

É melhor esperar pela justiça de Deus, porque a dos homens...

(Por Fernanda Melo)


A que ponto pode chegar o ser humano? Esta e outras perguntas sempre me vem à mente toda vez que vejo noticiado na mídia as perversidades praticadas contra uma pessoa.

Há alguns dias, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 31 anos, foi covardemente linchada até a morte no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Moradores praticaram tal ato depois de uma falsa acusação de que ela sequestrava crianças. Este poderia ser apenas mais um caso de violência e “justiça pelas próprias mãos” se não fosse por “apenas” um detalhe: a vítima era inocente. Mas o que teria levado dezenas de pessoas a espancá-la? Vontade de praticar a justiça? Ineficiência do Estado? Ou mesmo a crueldade, que extrapola em nós, seres humanos? Ficam as perguntas, mas vão-se pessoas inocentes, mães e pais de família que nem sequer tiveram a oportunidade de se defenderem.

Ontem, assisti a um vídeo onde o conceituado jornalista Ricardo Boechat, que trabalha em uma grande emissora nacional, criticou a atitude dos marginais que atacaram a dona de casa. Até aí, tudo bem, concordo com todas as observações que estão sendo feitas contra o ato violento. Mas para fechar seu comentário, Boechat mandou uma indireta à jornalista Rachel Sheherezade, que em outra ocasião comentou que seria compreensível a atitude da população, frente à ineficiência do Estado, ao tentar realizar a justiça com as próprias mãos (foi o caso de um suposto assaltante amarrado a um poste na zona sul do Rio de Janeiro). Boechat ainda sugeriu que esta seria a hora de pessoas que “incentivam” tais atos viessem a público e dissessem como se sentem depois da consumação de sua própria teoria na prática.

Não pretendo defender um, muito menos o outro jornalista. Ambos tem a sua parcela de razão. Nas ruas, as opiniões se dividem. Muitos brasileiros, acostumados com a lentidão da justiça em nosso país, decidem partir para a violência, praticando tais atos. É claro que esta não seria a melhor maneira de punir a um bandido. Mesmo porque fazer um pré-julgamento não é e nunca será uma atitude louvável e muito menos correta. Mesmo com tanta ineficiência, improdutividade e lentidão da justiça em nosso país, não cabe a nós sentenciarmos e punirmos um suspeito.

Este caso da dona de casa será, tomara que sim, um alerta para nós homens refletirmos e pensarmos duas ou mais vezes na hora de tomarmos qualquer decisão. Afinal, vidas estão em jogo. Vamos deixar que a justiça, se não a dos homens, pelo menos a de Deus que é perfeita, seja feita. Não vamos acreditar naquela famosa frase que a justiça de Deus tarda, mas não falha. Falhar, na verdade, não falha mesmo, mas ela nunca tarda. Vem na hora exata!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Violência assusta: Camaçari fecha o mês de abril com 34 homicídios


Parece que está cada vez mais difícil viver em Camaçari. Faço uso da palavra “viver” no sentido literário, ou seja, no sentido real. Há alguns dias, publiquei no meu perfil do facebook o aumento expressivo da violência que vem assustando a nossa cidade. Naquela ocasião, informei o número de homicídios registrados na região e, provavelmente, assustei a muitos. Não pensem que escrevo isso para assustar. Não, esta não é a minha intenção. Mas, quer queira quer não, nunca poderei deixar de fazer o que é obrigação de todo jornalista: informar.

Pois bem, voltei a visitar o site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e, pasmem, fiquei assustada com a estatística registrada nos 30 dias do mês de abril deste ano. Foram exatos 34 homicídios, isso mesmo, Camaçari registrou 34 mortes violentas somente no mês de abril. Desse total, apenas 3 eram mulheres. Pesquisando mais a fundo, percebi que a maior parte, ou seja, mais da metade das vítimas eram jovens, e três deles tinham, nada mais nada menos, do que 16 anos.

Aí, a gente se pergunta quais as possíveis causas que ocasionaram a morte desses jovens? Podemos listar vários motivos que os levaram à morte. Briga de bar, crime passional, intolerância no trânsito... Esses, com certeza, não foram os principais motivos dos homicídios. Sabemos, e não podemos fingir que não acreditamos nisso, que grande parte deles está relacionada às drogas. Não quero generalizar, é claro, nem todos morreram porque estavam envolvidos com o crime, mas sabemos e, se investigarmos bem, vamos concluir que muitos desses jovens estavam envolvidos com as drogas, roubavam ou eram um desafeto de outro bandido. Vítimas que “tiveram o azar” de serem encontradas pelos seus rivais em um dos momentos mais críticos que passava a nossa sociedade, a greve dos policiais militares.

A bandidagem fez a festa. Aproveitou os poucos dias da paralisação e fez um arrastão em seus desafetos. Podemos provar isso quando contabilizamos os números e percebemos que o maior índice dos homicídios ocorreu nos dias mais críticos da paralisação, ou seja, entre os dias 16 e 18, quando foram registrados 11 assassinatos. Semana em que toda a polícia cruzou os braços, em protesto, na Bahia. A SSP/BA também registrou um saldo assustador de homicídios, roubos de veículos, saques a estabelecimentos comerciais, assaltos a transeuntes, etc. A população ficou exposta, mais ainda, à violência urbana. Pois, quando o gato sai, o rato faz a festa.


Fernanda Melo é jornalista, formada pela Unibahia.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Minha Casa, Minha Copa

Por Fernanda Melo


Estou cedendo a minha casa para algumas pessoas desconhecidas realizarem uma festa. Não sei bem se vou participar, pois, para entrar na festa terei que pagar horrores pelo "convite". Além do mais, não terei liberdade para circular pelas dependências da minha residência, visto que cedi o espaço para essas pessoas, que não estão nem aí se eu vou ficar ou não confortável na minha própria casa.

Paguei muito caro pela reforma. Isso mesmo, tive que reformar alguns cômodos da minha casa com o meu próprio dinheiro. É claro, você acha que eu vou receber meus convidados desconhecidos numa casa sem pintura, sem reboco, sem estrutura? Fiz uma rápida reforma, pelo menos, nos principais cômodos da residência. Pois é, o dinheiro acabou, por isso não tive como pagar pela reforma de alguns quartos, mas eles estão em um lugar bem escondidinho da casa. Vou fechar as portas e os meus convidados não irão ver.

A minha casa é grande e linda, mas o que eles não sabem, ou pelo menos fingem não saber, está todo desarrumada. Os lixos, móveis quebrados e toda a poeira estão escondidos em um quarto que eu costumo chamar de "quartinho da bagunça", toda casa tem, principalmente a minha.

Então, apesar de ser linda e ter um belo jardim, como eu já disse, está toda desorganizada. Mas o que importa? Serão poucos dias para a realização da festa. Quando ela acabar, todos os convidados irão embora e nem se lembrarão mais de mim. Com certeza, deixarão toda a bagunça para eu arrumar. Tirarei todo o lixo, móveis quebrados e a poeira do quartinho da bagunça. Aí, tudo voltará ao normal. Vou limpar, reorganizar e voltar à vidinha de sempre, samba, funk ostentação, novela, BBBs, MAIS futebol e, o mais importante, o meu Bolsa Família continuará existindo. Afinal, como diz o provérbio popular, quem meu filho beija minha boca adoça.


Fernanda Melo é jornalista, formada pela Unibahia.